"A vida é como uma espiral e não como uma linha reta. Passado e futuro se encontram em um infinito presente".
Os mais antigos povos, de todas as culturas e locais do planeta dançavam ritualisticamente em círculos, meditavam diante de formas circulares, reverenciavam corpos celestes, percorriam labirintos e se sentavam em rodas elípticas para orar. Os Celtas consideravam o tempo como sendo uma das triplas linhas da existência, e o representavam como um círculo no qual todos os enigmas se revelavam. Os Astecas veneravam as flores com forma circular, pois personificariam a alegria e felicidade, além do ciclo solar diário e anual, com suas jornadas eternas de nascimento e renovação. Os índios americanos da tribo Sioux afirmam que toda fonte de poder do mundo se manifesta em círculos, como o céu, as estrelas, o vento em forma de furacões, os ninhos dos pássaros e a própria vida dos homens, da infância à morte.
Nossa vida e ambiente são repletos de símbolos circulares ou espiralados. A íris dos olhos, a forma dos rostos, o horizonte distante, a Lua e o Sol se apresentam nesta forma – além das galáxias distantes e das moléculas de DNA, síntese da vida. O próprio universo físico, com as constelações, buracos negros e demais entes astronômicos, tem conformação circular. Forma uma imensa “bolha” que deve interagir, de acordo com a física quântica, com infinitos universos paralelos que também são arredondados.
Em nosso mais profundo íntimo também vamos encontrar esta geometria. Jung (1875-1961) dizia que o ponto mais central de nossa alma, o self, é um círculo. Por isso, ele o representou com mandalas, que são figuras com várias formas geométricas em torno do mesmo centro.
A espiral é a essência do mistério da vida. Assim como se centra, ela também para, se encontra, se retorce e, então, desce e sobe novamente em graciosas curvas. O tempo se retorce em torno de si mesmo, trazendo os ecos e vibrações enquanto que os caminhos vivos da espiral passam próximos um do outro. A vida corre por estradas sinuosas, os seres se encontram em determinados pontos de suas caminhadas, se entrelaçam, se afastam, partem, retornam às origens. O ponto de partida também é o ponto de chegada trazendo-nos a questão do retornar sempre, reencontrar-se e se renovar.
Beijinhos espiralados :)
The Circle of life - Elton John
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